É mais uma polémica que envolve a decisão de Carlos Chaves Monteiro, no passado mês de março em retirar a confiança política ao então Vice-presidente da Câmara da Guarda. No passado domingo à noite, chegou à Rádio F uma carta que foi dirigida a José Silvano, que segundo a mesma foi subscrita por 30 autarcas de freguesia do concelho. Nessa missiva enviada ao Secretário Geral do PSD, os Presidentes de junta dizem que ficaram «Boca aberta» quando tomaram conhecimento da destituição de Sérgio Costa sem que pudessem praticamente ser ouvidos, ou que o vereador tivesse direito a defender-se do que foi dito por Carlos Chaves Monteiro nessa reunião. Na missiva pode ler-se que não foram dadas explicações razoáveis para o afastamento do então Vice-presidente, tratando-se de uma decisão unilateral do autarca da Guarda.
Os signatários referem que Sérgio Costa foi sempre um homem aberto ao diálogo e disponível para encontrar soluções, num «projeto político em que faz muita falta» Por fim a carta termina referindo «Cada um assumirá a responsabilidade dos seus atos pessoais e políticos». Este comunicado enviado à nossa redação vem assinado pelos autarcas de freguesias do Rochoso e Videmonte, que contatados pela Rádio F, não quiseram prestar declarações gravadas, remetendo toda a informação que consta na carta enviada ao Secretário-geral do PSD.
Carta enviada ao Secretário Geral do PSD:
«Exmo. Senhor Secretário Geral do PSD – Partido Social Democrata
No passado dia 10 de Março, o Dr. Carlos Chaves Monteiro, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Guarda há cerca de 1 ano, decidiu retirar os pelouros ao Sr. Vice-Presidente e Vereador Eng. Sérgio Costa. Isso mesmo nos foi comunicado em reunião convocada da manhã para a tarde e sem qualquer explicação.
Foi aí que ouvimos afirmações do Sr. Presidente que nos deixaram autenticamente de “boca aberta” e naturalmente com grande tristeza. Desde sermos considerados, enquanto Presidentes de Junta, como ”nata azeda” ou “dispensáveis”, porque se “arranjarão” outros no futuro, de tudo fomos ouvindo sem praticamente podermos ser ouvidos.
Também nós aderimos a um projeto político ambicioso para a Guarda, que conseguiu envolver militantes, simpatizantes e independentes em muitas das Juntas de Freguesia. O Vereador Sérgio Costa, temos de ser justos, foi sempre um homem aberto ao diálogo e disponível para encontrar soluções.
Julgávamos que na referida reunião seriam dadas explicações para o seu afastamento. Não. Apenas acusações e sem direito ao contraditório, porque o próprio não tinha sido convocado para o efeito.
Trata-se por isso de uma decisão unilateral e da qual resulta a nossa total apreensão.
Cortou-se, sem quaisquer razões do trabalho político autárquico, uma raiz forte deste projeto. E isso sim preocupa-nos muito.
Ao subscrevermos este texto, podemos deixar muito claro que continuamos empenhados no trabalho pelas nossas terras e naturalmente com a Câmara Municipal. A isso nos obriga a nossa consciência e a condição de eleitos.
Mas também pelas mesmas razões de consciência e de eleitos, temos de reafirmar a nossa preocupação com a decisão agora tomada e as suas consequências no trabalho conjunto que desenvolvemos ao longo deste tempo.
Num projeto político coeso todos somos importantes, e por isso em muitas circunstâncias há quem faça muita falta.
Cada um de nós assumirá a responsabilidade dos seus atos pessoais e políticos.
É por isso mesmo que aqui deixamos a palavra da nossa insatisfação.»
