Estas serão duas das principiais conclusões da visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao território afetado pelos incêndios na Serra da Estrela. Este périplo do Presidente da Republica a esta região, terminou na cidade mais alta, numa sessão em que o autarca da Guarda, Sérgio Costa considerou inadmissível um incêndio lavrar mais de 7 dias consecutivos e exigiu mudanças na estratégia de combate e um novo plano de gestão para o fustigado Parque Natural da Serra da Estrela.
Também o Ministro da Administração Interna marcou presença, José Luís Carneiro, disse que desde 2017, aquando da tragédia em Pedrogão, muita coisa melhorou na estratégia no combate a incêndios, mas reconheceu que é preciso «aperfeiçoar ainda mais o que já a está a ser feito» nesta matéria. José Luis Carneiro anunciou uma verba de 5 milhões de euros para os próximos anos, no sentido de reforçar e capacitar os diversos intervenientes que estão no teatro de operações no combate aos incêndios rurais e que no imediato o Governos já começou a implementar medidas de urgência no terreno.
Já o Presidente da Republica, que ouviu atentamente as intervenções nesta sessão e passou o dia no terreno para se inteirar da realidade, sublinhou inicialmente que é preciso explicar aos portugueses que a atual estratégia no combate a incêndios passa por salvaguardar a vida humana, em detrimento de patrimónios próprios ou coletivos. Outra dimensão, disse Marcelo Rebelo de Sousa, é a prevenção, referindo que é uma responsabilidade de todos e deve começar muito antes da chamada época de fogos florestais. O Presidente da Republica deixa entender que este flagelo não tem a dimensão que deveria ter, uma vez que as grandes áreas metropolitanas do país, não o sentem e, que apesar do mediatismo imediato, acaba depois por passar ao lado da dos chamados grandes centros populacionais, algo que é preciso inverter e colocar esta causa, como um desígnio nacional, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em suma, o Chefe de Estado, pede uma maior coordenação no combate aos incêndios entre as várias entidades nacionais e locais, trabalhar na prevenção o quanto antes possível, reconhecer as especificidades da tragédia ambiental que afetou o Parque Natural da Serra da Estrela e dar respostas efetivas para áreas e pessoas afetadas pelos fogos rurais.