Ontem o Jornal de Noticias avançou que o presidente da câmara da Pinhel é acusado pelo Ministério Público de utilizar meios da autarquia em benefício próprio. Em causa estará a «utilização do carro da autarquia para deslocações pessoais, como ir ver jogos do Benfica ou assistir a reuniões do PSD». Segundo a mesma publicação «Rui Ventura também terá, entre 2018 e 2020, usado o cartão de crédito da Câmara para pagar refeições, hotéis, eletrodomésticos e até uma assinatura da Netflix.». O caso já está em fase instrução, o que indica que Rui Ventura é arguido neste processo.
O autarca de Pinhel já reagiu a estas acusações e refuta todas as imputações referidas, acrescentando «que constam de um processo judicial» do qual diz não «teve oportunidade de rebater os comportamentos que lhe são imputados.» Rui Ventura diz ainda que confia «no funcionamento da justiça», mas conclui que o que veio a público é uma motivado pelo «contexto eleitoral que o país se encontra a viver», e que só surge, para o atingir politicamente.
Comunicado do Presidente da Câmara de Pinhel:
«Sobre as imputações que constam na peça jornalística importa clarificar que constam de um processo judicial no âmbito do qual eu nunca fui ouvido, nem tive a oportunidade de rebater os comportamentos que me são imputados. O processo judicial encontra-se em fase de instrução, não havendo qualquer decisão de pronúncia.
Não obstante, importa deixar claro que nunca utilizei a viatura do município para fins pessoais, nem nunca usei o cartão de crédito do Município para pagar despesas, de alojamento ou outras, que não estejam relacionadas com as funções que exerço enquanto Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, regendo-me nos meus comportamentos pelo estrito cumprimento do regime legal em vigor.
Desta forma, não corresponde à verdade que eu tenha adquirido, com o cartão de crédito do Município, eletrodomésticos, tendo sido a despesa referida efetuada para a aquisição do equipamento necessário à realização de reuniões de trabalho e nomeadamente de reuniões de Câmara e Assembleia Municipal, aquando da pandemia da COVID19, nomeadamente computadores, televisores e câmaras de vídeo.
De igual forma também não é verdade que o cartão de crédito da Câmara Municipal tenha pago a mensalidade de dois anos da Netflix.
Enquanto cidadão português titular de direitos consagrados constitucionalmente encontro-me, a contestar, ponto por ponto, todos atos e comportamentos que me são imputados, pelo que estou absolutamente convicto de que em breve conseguirei provar a minha inocência.
Confio no funcionamento da justiça, mas não posso deixar de concluir que a presente notícia está profundamente ligada e motivada pelo contexto eleitoral que o país se encontra a viver, estando o meu bom nome a ser injustamente utilizado, para atingir fins partidários.»
