Trata-se de um documento que está em consulta pública até ao dia 10 deste mês e foi elaborado  em Setembro deste ano,  por um grupo de pediatras de diversos hospitais e que, curiosamente ou não, integra do diretor do serviço de pediatria do Hospital Pero Martins da Covilhã. Este estudo foi remetido para consulta pública pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins e propõe classificar os serviços de pediatria de acordo com o grau de competências em: Nível I(A e B), Nível II(A e B) e Nível III (A e B).

Na proposta o serviço de Urgências pediátricas da Guarda é colocado  num grau de complexidade inferior ao da Covilhã, ou seja no Nível  I B. Estes níveis são atribuídos aos hospitais que asseguram cuidados pediátricos gerais, consulta de pediatria geral e neuro desenvolvimento básico, urgência pediátrica, articulando com uma sala de partos de apoio perinatal tipo I ou seja o mais básico, internamento de curta duração e pediatria.

No entanto ao que apuáramos o serviço de pediatria da Guarda tem todos os requisitos para ser posicionado no Nível II A, como já sucede na proposta com as ULS da Cova da Beira e de Viseu Dão Lafões.

Segundo o estudo essas premissas de avaliação, para este nível superior, incluem: Consulta de pediatria geral e neuro desenvolvimento em crianças e adolescentes, possuir Hospital Dia, um serviço de Urgências pediátricas aberta 24h, as quais recorde-se nunca encerraram ao longo da sua existência na Guarda, três Médicos de serviço durante as 24 horas, dois dos quais pediatras, internamento de curta duração, internamento em pediatria para crianças e adolescentes e  possuir  uma unidade orgânica de neonatologia adjacente à sala de partos e com capacidade de resposta para recém nascidos com 32 semanas de gestação. Requisitos estes que constam do documento e que o Hospital da Guarda detém.

Perante isto é evidente que o Sousa Martins deveria estar  classificado num nível como os dos Hospitais da Covilhã, Viseu e Aveiro, mas tal não acontece segundo esta proposta, tendo sido posicionado ao nível dos Hospitais de Castelo Branco e Figueira da Foz, isto na região Centro.

Assim e de forma resumida a proposta coloca hierarquicamente:

Hospital da Guarda no Nível I, com Prestação de cuidados pediátricos essenciais

Hospital da Covilhã no Nível II, com Prestação de cuidados diferenciados

Hospital de Coimbra no Nível III, como Centro de Alta Diferenciação

Acrescentar ainda que a nível das instalações houve investimento nesta matéria na Guarda, a  rondar os 9 milhões de euros, sendo consideradas por muitos as mais modernas de toda a Beira Interior, aliado a um quadro de recursos humanos estabilizado e com um maior número de médicos.

Ao manter-se esta proposta de classificação do Hospital da Guarda no Nível I B, na área da Pediatria, o serviço corre o risco de no futuro ter que drenar doentes para outros hospitais da nossa região, nomeadamente para a Covilhã, que ficaria como referência na Beira Interior. Numa altura que se fala em Urgências Obstétricas Regionais é pelo menos legitimo questionar se este estudo se efetivar como proposta final, se a Guarda não poderá vir a perder a maternidade, já que é no Nível II A, exigida a existência de uma unidade Neonatologia, tal como é proposto já nesta altura para a Covilhã, ao invés do que é proposto para a Guarda, classificado no nível I B.

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