No caso de uma emergência na maternidade da Guarda e haja a necessidade de evacuação da mesma, pode dar-se uma catástrofe, alertou José Aníbal, diretor do serviço de ginecologia e obstetrícia da ULS da Guarda. Em entrevista exclusiva à Radio F, o médico que dirige este serviço teme que as centenas de visitantes, os profissionais de saúde, as utentes da maternidade e os recém-nascidos, possam ficar encurralados, caso haja um incêndio e a passagem de evacuação não possa ser feita pelo corredor do internamento da pediatria. José Aníbal lembra que este serviço está num fundo de um edifício e a três metros de altura do chão.
O médico diz que é indigno o espaço que ocupa a maternidade, até porque, justifica o clínico, para ter acesso ao serviço é necessário passar pelo internamento da pediatria o que causa desconforto às crianças que ali recebem tratamento. José Aníbal diz mesmo, em jeito de apelo, que tudo se resolvia com a requalificação do Pavilhão 5 e a instalação da maternidade naquele espaço físico, para dar condições de dignidade aos utentes dos dois serviços.
Em termos de segurança dos recém-nascidos, o diretor do serviço garante que estão minimamente salvaguardados com um sistema de pulseira eletrónica, mas José Aníbal alerta para um inúmero de acessos não vigiados que o hospital tem. O médico José Aníbal lembra que há mais de um ano a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu orientações por causa de uma morte fetal que se registou no Hospital da Guarda. Mas o médico gostaria era de ver a ERS nesta unidade para analisar as condições desta maternidade “in loco”, o diretor do serviço remata, dizendo mesmo que «talvez a decidissem fechar». (ouvir aqui)